20 de nov. de 2014

Moradores denunciam que alunos assistem aula no chão em Miguel Alves

Após o fechamento de três escolas municipais das localidades vizinhas a Miguel Alves (a 117 Km de Teresina)  no ano passado, cerca de 60 alunos estão tendo que assistir aulas no chão de uma associação de moradores, sem carteiras e sem ventilador. A denúncia foi feita por um morador da cidade que relata ainda as dificuldades que os estudantes enfrentam para chegar ao local onde assistem às aulas. As fotos foram enviadas ao PortalODIA.com através do Whatsapp.
O problema estaria acontecendo desde 2013, quando a Unidade Escolar da Comunidade Ezequiel teria sido fechada pela Prefeitura de Miguel Alves, que alegava falta de condições físicas do prédio para abrigar os alunos. Com isso, os estudantes tiveram que ser remanejados para a Unidade Escolar da Comunidade Paraíso, a 10 km de Miguel Alves, onde assistem aulas todos os dias até hoje







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Além da Comunidade Ezequiel, crianças das comunidades Veremos, Pé de Ladeira e Olivença também tiveram que ser transferidas por conta do fechamento de unidades escolares e estariam todos assistindo aula na sede da Associação de Moradores de São José dos Monteiros, zona Rural de Miguel Alves, segundo os populares e as outras escolas em situação de abandono.


“É um descaso com a educação e com essas crianças, com a família delas também. E para piorar a situação, o local onde eles estudam agora é fora da comunidade onde vivem e eles precisam caminhar por horas para chegar ao destino, porque nem o ônibus que fazia o transporte deles existe mais”, rela Francisco Bina, morador de Miguel Alves que fez a denúncia ao PortalLivre.com.
Prefeitura nega fechamento de escolas e fala em nucleação do ensino
A Prefeitura Municipal de Miguel Alves rebateu as denúncias e informou ao PortalLivre.com que as escolas que estariam fechadas foram, na verdade, nucleadas por conta do Programa Mais Educação do Governo Federal. Essa nucleação consiste na divisão dos alunos em locais diferentes de ensino por conta da estrutura insuficiente das escolas para abrigar a quantidade de crianças que são atendidos pelo programa.
“Eles não estão assistindo aula em associação de moradores. Estão em uma escola da Localidade São José dos Monteiros por onde recebem uma educação multisseriada, ou seja, assistem aulas em turmas com alunos de várias séries diferentes. As escolas das comunidades onde eles vivem não possuem estrutura física para isso, por isso a transferência. É uma nucleação e nós estamos apenas atendendo às exigências do Mais Educação e do Ministério da Educação que afirma que escolas com menos de 40 alunos não podem receber o programa”, explica Salete Rêgo, prefeita de Miguel Alves.

De acordo com ela, cerca de 20 unidades escolares do município e das localidades vizinhas a Miguel Alves foram nucleadas por conta do Mais Educação e têm alunos estudando em locais mais afastados devido à reduzida infraestrutura. “São transportados diariamente cerca de 6.100 alunos entre essas comunidades e as escolas continuam funcionando normalmente”, diz.
A prefeita afirma ainda que todas as escolas do município e localidades vizinhas estão funcionando regularmente e oferecem uma boa estrutura de ensino a seus alunos.
Edição: Wilson Junior

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